Aliança Regenerativa quer contar uma história diferente para as próximas gerações
Reconexão, Resiliência, Resistência e Regeneração. Essas palavras expressam os compromissos da Aliança Regenerativa de Brumadinho, que lançou ontem, 24 de janeiro, um manifesto onde explica seus propósitos, e convida seus participantes a serem a sementes de um dia em que todos viverão bem, em comunidades abundantes de um Terra saudável.
O lançamento do Manifesto Regenerativo foi em Tejuco, localizada a 13 km do Córrego do Feijão, à leste da sede de Brumadinho. A escolha do lugar se deu em face da invisibilidade a que esta e muitas outras comunidades estão relegadas, apesar de atingidas pela tragédia que completa 365 dias neste 25 de janeiro.
As Mulheres Guerreiras de Brumadinho, presentes na cerimônia, testemunham a por parte a desatenção por parte da mineradora causadora da tragédia. Fernanda Mercês conta que se reuniram em um coletivo para conseguir água para beber, por exemplo.
Constou da solenidade o plantio de flores, no jardim da Associação de Moradores de Tejuco. Hélcia Maria da Silva Veriato Teixeira, moradora de Casa Branca, convidou os presente para o plantio dizendo” vamos plantar flores, para os nossos amores, curando as nossas dores”.
Constou da programação, a certificação dos projetos apoiados pelo Fundo Regenerativo, segmento da Aliança responsável pela arrecadação e destinação de recursos em prol da reconstrução da região atingida. Ao todo foram 21 projetos apoiados em 2019.
A belga Nikita Meer, membro do círculo de captação de recursos da Aliança, acompanhou durante uma semana o andamento dos projetos. Explica que retratam os setores atingidos, que não se resumem ao meio ambiental. Inclui atenção à saúde mental, aos sentimentos, assim como alternativas de geração de emprego e renda, pois a dependência da mineração é um dos principais problema das regiões minerárias.
Renato Orozco, um dos aliados da Aliança, e fundador da Associação Nossa Cidade, lembrou que o que acontece hoje no Brasil, em Mariana e Brumadinho, ocorre em outros lugares do planeta, como o fogo na Austrália ou o derretimento das calotas polares. São consequências da escolhas equivocadas que se faz, acrescentou. Daí a constituição da Aliança, que reúne cerca de 25 organização de diferentes lugares do Brasil. Reúne voluntários de outros países, como Bélgica, Suíça e Estados Unidos.
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