"Tem lugar para o lixo da cidade mas não tem lugar para nós" Ciganos de Minas Gerais se un
Com o intuito de apresentar e debater o contexto de violação dos direitos humanos que os povos ciganos vivem, em especial a dificuldade de acesso a políticas públicas municipais nos locais onde estão abarracados, representantes dos ciganos rom, calon e sinti protagonizaram a audiência pública realizada nesta quarta-feira (30), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
As principais reivindicações foram regulamentação fundiária - o que irá garantir legalmente que os Ciganos tenham seus direitos reconhecidos nos município onde estão suas barracas; escola para ciganos, que permitirá o ingresso no ensino fundamental e médio em um ambiente sem discriminação e com corpo docente composto por ciganos; e o reconhecimento do Dia Estadual dos Povos Ciganos o que promoverá maior visibilidade e reconhecimento da luta.
Outras demandas como segurança nos acampamentos, segurança alimentar, saúde familiar, saneamento básico e acesso a emprego, também entraram na pauta da audiência. Também foi registrada uma denúncia contra as Prefeituras dos municípios de Ibirité, Santa Bárbara, Conselheiro Lafaiete, Juiz de Fora, Pedro Leopoldo e Ribeirão das Neves juntamente com um pedido de criação de um termo de ajuste de conduta para os respectivos governantes.
"Tem espaço para o lixo mas não tem espaço para nós. Sem moradia quer dizer sem direitos" ressalta Valdinalva Barbosa, presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, ao falar da atual situação que vivem: num contexto de luta diária contra o preconceito e racismo institucional.
A audiência teve autoria das deputadas estaduais Andreia de Jesus (PSOL) e Leninha (PT) e é uma conquista, fruto do trabalho e luta da Associação Estadual Cultural de Direitos e Defesa dos Povos Ciganos juntamente com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial de Minas Gerais. Estavam presentes na mesa Leonardo Costa, representante da etnia Rom e presidente da Federação Mineira de Ciganos; Helenice Baeta, representante do CEDEFES - Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva; Frei Giulvander, representante da Pastoral da Terra; Cléver Machado, representante da SEDESE - Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de Minas Gerais; Valdinalva Barbosa representante da Comissão dos Povos Tradicionais de Minas Gerais; Itamar Pena Soares, presidente da Associação Estadual Cultural de Direitos e Defesa dos Povos Ciganos; Dr Ana Cláudia representando a Comissão de Direitos Humanos do Estado; Vereador Pedro Américo da Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete e Edmundo Antônio Dias representando o Ministério Público Federal.